O papel de comentador político tende a confundir-se com o de político?
Não. Para mim, o comentador político deve agir sem agenda para ter o mínimo de isenção e de independência, e estar totalmente livre na opinião.
Logo, comentador é uma coisa, político é algo radicalmente diferente.
Na qualidade de excelente comentador e analista político que é, quanto tempo estima que a "Geringonça" durará?
Com altos e baixos, avanços e recuos, acho que a geringonça irá,pelo menos, até às autárquicas de 2017. Depois, logo se vê.
Previsões mais ousadas é demasiado arriscado fazer.
O Dr. Marques Mendes enquanto presidente do PSD vetou candidaturas de autarcas "populares" às eleições autárquicas de 2005, a fim de preservar a seriedade e integridade na vida política, 11 anos depois quais as medidas que tomaria de forma a credibilizar o sistema politico-partidário e, assim, reaproximar cidadãos e seus representantes?
Considera que o actual modelo de governação - apelidado de "Gerigonça" -, conseguirá manter-se aquando a aprovação do Orçamento de Estado para 2017, tendo em conta a necessidade de cumprimento dos compromissos europeus e a inflexibilidade dos partidos integrantes? Ou será esse o momento final da Aliança de Esquerda?
Que solução vê para a actual ameaça terrorista não só na Europa mas no mundo? Estará o terrorismo associado ao crescimento dos partidos e personalidades mais radicais? Corremos o risco de voltar a viver em ditadura?
Eça de Queirós disse uma vez que “Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo”. Enquanto alguém que tem algumas décadas de experiência na vida política, o que pensa desta frase?
Acredita que a política fica melhor com pessoas experientes, com gente jovem ou com um equilíbrio entre os dois?
Há pouco mais de uma semana defendeu que, apesar de todas as dificuldades enfrentadas em agosto, a geringonça sobreviverá ao OE2017. Assim sendo, para quando o fim desta solução política e a convocação de eleições antecipadas? Prevê que a geringonça dure a legislatura completa?
“[Nas próximas eleições], ou António Costa sai reforçado e Passos entra em crise, ou António Costa entre em crise de liderança do Governo e Pedro Passos Coelho sai reforçado. [Mas] as coisas estão favoráveis ao PS. Eu não aposto em grandes mudanças”, afirmou Marques Mendes no seu habitual espaço de comentário político, na SIC.
Tendo em conta a saída do Reino Unido da União Europeia, que posicionamento Portugal e a Comunidade Europeia devem ter relativamente a futuras relações económicas com o Reino Unido e quanto à livre circulação entre os países?
Que ensinamentos fundamentais retira da sua larga experiência em cargos governativos e na liderança do partido? Está disponível, com o capital político acumulado ao longo da sua carreira, para servir a Nação como o seu mais alto Magistrado?
De acordo com o assunto atual, do caso do jovem agredido em Ponte de Sor, a minha pergunta vai ao encontro, como é óbvio, da imunidade diplomática. Qual a sua opinião sobre o assunto e eventual abuso da Imunidade Diplomática? E, de que maneira, pode ser ou não, um entrave à relação diplomática?
Além da má gestão governamental, até que ponto a mentalidade dos portugueses (como a conhecemos) não será igualmente uma causa dos sucessivos períodos negativos que atravessámos nos últimos anos?
É relativamente unânime que certas áreas da ação política são pouco afetadas pela alternância cíclica própria da democracia. Que áreas acha que beneficiam mais de uma cooperação entre os principais partidos para o estabelecimento de tais políticas?