Não considero que tenha sido um debate "verdadeiro", pois os dois partilhavam em muito da mesma opinião. No entanto gostei de ouvir os dois lados e diria que seria um empate. A ter que escolher um vencedor, escolheria Helena Matos pela qualidade e a facilidade com que saca dos seus soundbytes.
Na minha opinião não houve um vencedor claro. Ás vezes os convidados pareciam contradizer-se. A princípio, a vitória da Helena de Matos era evidente. Era muito mais forte a argumentar, pela convicção, pelo tom de voz, pelos gestos vigorosos, pela indignação que mostrava. Enquanto que o Salvador da Cunha iniciou mais calmo, menos ou nada ofensivo. No decorrer do debate, no entanto, essa impressão de que um era mais forte que o outro foi posta em causa, devido aos argumentos super coerentes de ambas as partes. Houve aspectos com que concordei e com os quais discordei no discurso de ambos. Escolhi votar, por fim, no Salvador da Cunha pela sua franqueza e coragem de vir numa evento de formação política realizada por um partido de centro direita, e não se sentir intimidado, continuando a defender alguns aspectos delicados com os quais sabe que a maioria dos presentes discordava: "muitas vezes não se deve dizer toda ou todas as verdades".
Helena Matos. Escolho-a como vencedora do debate pela sua capacidade oratória, colocação de voz, frases fortes e que ficam no ouvido, pela sua capacidade argumentativa e pelo seu vasto conhecimento da história dos meios de comunicação em Portugal. Mostrou um grande à vontade e perfeito domínio dos temas objeto de discussão.
Num debate, o importante é "a mensagem que se passa lá para casa". E de facto, independentemente de quem NA REALIDADE detém mais conhecimentos, quem (pelo menos) SIMULOU detê-los foi Helena Matos. Uma argumentação bastante assertiva, com um ritmo próprio, vários soundbites e analogias, um bom timbre e uma postura própria de quem está nesta área da comunicação há largas décadas.
Na minha opinião foi um empate, porque ambos os oradores dominavam a questão, conseguiam arranjar argumentos que permitiam refutar as ideias contrárias e apresentarem novas soluções e também porque dominam as técnicas essenciais de comunicaçao, daí atribuir um empate.
Embora sem arrancar aplausos e um inicio tímido - em grande parte por causa da capacidade oratória de excelência de Helena Matos -, o vencedor do debate foi Salvador da Cunha. Ascendeu ao longo do debate, utilizando exemplos claros e actuais e, em simultâneo, uma linguagem mais acessível e, quiçá, com um certo humor.
Penso que a Dr.ª Helena Matos tenha ganho. Os seus argumentos fortes, bem fundamentados e ilustrados juntamente com a sua oratória agressiva e assertiva, além de captar na perfeição a atenção do público e obter várias salvas de palmas, tornou a situação difícil para Salvador da Cunha, que com uma oratória pouco entusiasmante e argumentos pouco ilustrados perdeu claramente o público e consequentemente o debate.
Helena Matos para mim ganha um debate muito amigável contra Salvador da Cunha. Além de apresentar posições fora do comum às diversas questões, conseguiu transmiti-las com devida eficácia e originalidade, chamando a atenção da audiência.
Salvador da Cunha.
Apesar dos soundbytes da Helene Matos, Salvador da Cunha revela uma maior sensatez, menos demagogia e uma maior clareza no discurso.