PERGUNTA A ...
 
 
     
Simão Ribeiro
 
João Madeira
Sendo um jovem na bancada parlamentar, e conforme outros ex-deputados da JSD afirmaram, já alguma vez sentiste alguma discriminação devido à tua juventude? Alguma vez implicaram que a tua juventude resulta em ignorância nalgumas áreas políticas?
sim... varias vezes! mas o mais importante é não nos deixarmos afetar com isso e seguirmos o nosso rumo com convicção
Eduardo Reynaud
O que significa ser presidente da maior juventude política de Portugal? Os jovens tendem a surpreendê-lo ou por vezes desiludem-no pelo comodismo evidente?
Significa empenho e dedicação, mas significa também alegria. A alegria de poder, todos os dias, contribuir para a melhoria das condições de vida dos jovens Portugueses. os jovens surpreendem-me todos os dias. se alguns jovens são, por vezes, comodistas, cabe-nos a nós incentiva-los a participação cívica e politica
Rodrigo Passos
Quem é a pessoa que mais admira no mundo da política?

Pedro Santana Lopes. caótico, é certo, mas eloquente, genuíno e com visão estratégica.
Pedro Venâncio
Quais os desafios que na tua ótica pode aproximar os Jovens com a Política?
Os jovens tendem a mobilizar-se por causas. foi assim, por exemplo, com a "batalha" pelo fim do serviço militar obrigatório em que a JSD liderou a agenda. foi assim, mais recentemente quando a JSD enfrentou os poderes instalados e lutou contra o corporativismo das ordens profissionais defendendo o justo acesso dos jovens a sua profissão. considero portanto, que pontos de agenda politica como o combate a corrupção, a reforma do sistema politico, o ensino superior e o acesso ao mercado de trabalho, podem ter este efeito catalisador de incentivo.
Rafael Augusto
Estando numa posição de futuro na política portuguesa que posição há que tomar aos extremismos que crescem na ala direta na política europeia? E que forma é que os jovens políticos que são mais propensos de alteração de paradigma de pensamento político devem realizar para que tal não provoque uma nova ordem política europeia.
os jovens têm tanto mais capacidade de alterar paradigmas, quanto maior for a paixão e a entrega que colocam nas causas que defendem. grandes acontecimentos históricos foram motivados por tais características, como por exemplo a primavera árabe. neste contexto, os políticos e sobretudo os jovens políticos tem uma importante missão na rejeição de ideologias ou de posições mais extremistas. tem a missão de defender e "cuidar" de propostas que incidam sobre a formação cívica e politica.
Eduardo Magalhães
Qual é o papel de um deputado jovem no sentido de aproximar os jovens da política, isto é, de que forma se pode estimular os jovens a defender os seus interesses e a lutar pelas mudanças estruturais que Portugal precisa, isto como alternativa a abandonar o país na atual onda de emigração qualificada
os jovens deputados têm que liderar pelo exemplo. não há melhor forma de aproximar jovens da politica do que demonstrar todos os dias que "não somos todos iguais". isto, associado a propostas concretas sobre temas políticos que que interferem realmente na vida dos jovens. temas que realmente lhes "digam algo". acho que esta postura de exemplo, tenacidade, perseverança pode ser um bom exemplo para estimular os nossos iguais a lutarem por Portugal.
Adriano Silva
Boa tarde Caro Colega Simão Ribeiro.

Desde já quero dizer que estou muito contente por estar na UV 2016 e quero também agradecer a tua presença na mesma, uma vez que és um rapaz dinâmico, simpático e sempre prestável.

A minha questão vai de encontro ao tema discutido na aula "Ser social-democrata hoje" com o Dr. Poiares Maduro, onde foi discutido, inicialmente a génese da dita social-democracia.

Como tal, és um Jovem, tal como eu, sendo que como eu sou relativamente novo no seio político, a minha definição de social-democracia deverá ser parecida relativamente à tua, mas a nossa opinião seria, provavelmente, a mesma definição do ilustre Sr. Dr. Francisco Sá Carneiro, espero eu. Ou não? Haveria algumas divergências? Concordaríamos em todos os pontos? Concordas comigo? Discordas? Porquê?

Mais uma vez, um obrigado.

Se preferires podes responder-me à questão mais logo no JM.

Abraço,

Adriano Magno Silva
Obrigado pelos elogios :) Acredito na social democracia. acredito na igualdade de oportunidades ao inicio. acredito na formula " dar tudo o possível a quem realmente precisa e não "dar tudo a todos, independentemente da necessidade. acredito na social democracia que promove condições de igualdade, na qual, aquilo que cada um possa vir a ser na vida dependa do seu esforço e do seu mérito! acredito numa social democracia progressista, liberal nos costumes, respeitadora das liberdades de escolha individuais... uma social democracia protecionista em termos sociais . acredito numa social democracia que visa a integração Europeia e a solidariedade. acredito num Portugal transatlântico e aberto. por fim, uma social democracia que construa uma economia aberta, sem protecionismos nem amiguismos, com menos estado e mais iniciativa privada. se sá carneiro pensaria exatamente assim? não sei... mas uma certeza tenho, ele defenderia ate a ultima consequência a minha liberdade de o poder dizer e pensar...
Gustavo Pereira
Considera que é fácil para um jovem tomar lugar no palco político nacional ou existem dificuldades colocadas por actores políticos mais habituados a esse palco e que, por força de algum conservadorismo, demonstram-se retinentes à entrada de novos quadros?
Não... não é fácil... bem pelo contrario. Ser jovem nos dias de hoje não é fácil. ser jovem na politica pior... temos que trabalhar muito e dar o exemplo todos os dias, só assim conquistamos o respeito dos mais velhos.
Miguel Marques
"Como líder da JSD que tipo conflitos já viveste com deputados de outros partidos? E como lidaste com essa situação?"
Felizmente só tive conflitos de posição politica e nunca conflitos pessoais. tive sempre a preocupação de expor a minha visão sobre o tema com elevação e respeito pelos meus adversários.
Rania Tamila Barbosa
A universidade de verão durante todos estes anos de formação o que tem na contribuição do desenvolvimento de Portugal em termos da energia e do ambiente?
Em todas as edições da universidade de verão tivemos a aula de Ambiente no currículo obrigatório. Carlos Pimenta, Jorge Moreira da Silva e José Eduardo Martins - antigos dirigentes da JSD e membros de governos do PSD, foram personalidades convidadas para falar deste tema. Estou absolutamente convencido que a consciencialização ambiental que aqui trouxeram ajudou a mobilizar os jovens e a mudar Portugal.
José Augusto Pereira
Qual a estratégia da JSD para juntar os jovens à política?
Em primeiro lugar, liderar pelo exemplo. Em segundo lugar, Fazer da JSD uma "estrutura de plataforma" um local onde os jovens, os representantes dos jovens ou os "sindicatos dos jovens" possam debater as suas causa e encontrar em nos um meio para que elas possam ser defendidas nos locais próprios de decisão onde a JSD tem assento. quanto mais as causas da JSD tiverem correspondência com os anseios da Juventude Portuguesa, mais jovens atrai para a Politica.
Robert Neves
Que incentivos têm os jovens atualmente para optar por uma carreira politica em detrimento do seu percurso profissional?
Em bom rigor, em termos materiais, nenhum... o maior incentivo que um jovem pode ter na vida politica é a satisfação de saber que, com o seu contributo, fez algo de útil pela sociedade.
Tiago Lucas
Bem sabemos que um dos temas que a JSD já varias vezes lançou para a discussão pública foi a Reforma do Sistema Político. A questão que aqui dirijo passa por querer conhecer quais são as futuras propostas da JSD para este mesmo debate. E continuando na mesma temática e relativamente aos círculos uninominais acresce a pergunta: serão eles uma solução para a aproximar o cidadão comum da política? Poderemos contar com uma proposta da JSD para aumentar o número de jovens na bancada parlamentar do PSD?
começo pelo final... sou contra a criação de quotas ou de lugares cativos para jovens. não é pelo facto de alguém ser jovem, que deva, só por si, ir para o parlamento. deve estar no parlamento quem tem qualidade e mérito para isso! mas algo me tranquiliza, o facto de saber que existem muitos jovens quadros de qualidade na JSD que poderão vir a desempenhar essas funções. Em relação à reforma do sistema politico, não entendo que seja em si mesma a única forma de contrariar a tendência de afastamento dos cidadãos da politica. Entendo que o bom exemplo de conduta dos políticos é um pilar essencial, mas acredito que a reforma do sistema politico e sobretudo a reforma do sistema eleitoral possa dar um bom contributo para a "moralização do sistema". quanto as propostas em concreto, e (unicamente) devido ao facto de necessitar de mais espaço do que aquele que aqui disponho para te responder, convido-te a ler a moção de estratégia global que apresentei no ultimo congresso da JSD, onde poderás encontrar na integra a minha posição sobre esta matéria. http://www.jsd.pt/menu/57/mocao-de-estrategia-global.aspx
Bruno Dias Santos
Simão, onde te vês daqui a 10 anos?
com sinceridade, não sei... sei que, de uma forma ou de outra, estando na vida politica ou não, não deixarei de fazer intervenção cívica e de dar o meu contributo.
Marcelo Morgado
Como consegues gerir uma estrutura tão vasta? Como consegues gerir "pessoas" conseguindo ultrapassar diferenças e feitios tão especiais? Onde esperas estar daqui a 10 anos?

Obrigado
Com 10 doses de paixão e gosto pelo que faço, 5 doses de sensibilidade pela personalidade dos outros e mais 10 doses de atenção. juntar a tudo isto 30 doses de proximidade e esforço, e ai tens a solução. :) com sinceridade, não sei onde estarei daqui a 10 anos, mas sei que estando ou não na politica, não deixarei de intervir e dar o meu contributo a sociedade.
Gonçalo Silva
Sentes de forma particularmente intensa a "pressão" da juventude portuguesa e os seus anseios nas tuas intervenções na Assembleia da República?
Absolutamente... as minhas intervenções apenas fazem sentido se forem elas mesmas portadoras dos anseios e aspirações dos jovens. esse "peso saudável" sinto-o em cada intervenção. Para alem disso, é extremamente frequente receber criticas, sugestões e perguntas via e-mail de jovens Portugueses que se interessam e preocupam...
José Miguel Saraiva
Deverá a JSD ser uma instituição que conecta o partido com os jovens ou também um espaço independente de afirmação dos jovens mesmo que implique discordâncias com o partido?
A principal missão da JSD é ser a voz dos jovens dentro do partido e nunca o seu contrário. Este é um princípio que devemos defender de forma intransigente . No dia em que não for assim, a JSD perde o sentido da sua existência. O nosso dever é defender os interesses dos jovens Portugueses e se isso implicar uma dissonância com o partido, "pois que seja".
Tomás Infante
Numa conjuntura em que os jovens estão cada vez mais alienados da política partidária e em que o PSD sofre de bastante impopularidade depois de quatro anos de um Governo que aplicou medidas de (necessária, mas mal entendida) austeridade, como é que se mantém uma JSD forte, activa e capaz de captar a juventude?
A JSD mantem-se forte e dinâmica com muita dedicação, empenho, clareza do discurso e pertinência das bandeiras e causas que defende, mas sobretudo, mantem essa dinâmica a custa da capacidade dos seus quadros
José Pedro Simões
Meu caro,



Consideras que há espaço mediático neste momento na televisão pública para um espaço de sátira nos moldes do irreverente "Contra-Informação"?

Forte abraço
A boa disposição tem sempre espaço em todo lado :) podemos fazer coisas serias a sorrir...
João Coelho
Olá Simão. Tinha uma pergunta para o catch the eye com a M.L. Albuquerque, mas não tivemos oportunidade de ter perguntas no final da intervenção, portanto queria colocá-la a ti.



Durante a intevenção foi destacada várias vezes a importância de controlar o défice orçamental, de cumprir a meta de 3% do tratado orçamental (TO) e até de ambicionar ter superavit orçamental, i.e. 0% de défice.



Fiz uma pesquisa rápida e verifiquei que:

1- desde 2012 (ano de implementação do TO), apenas 4 países da UE registaram superavit anual (Alemanha, Dinamarca, Estónia e Luxemburgo)

2- desde 1995, Portugal nunca registou superavit orçamental, tal como aconteceu com a França, Itália e Áustria, por exemplo.

3- a última vez que Portugal conseguiu superavit orçamental foi em 1970, e o valor foi de 0,1% do PIB



Tendo em conta estes dados, duas perguntas:

1- porque devemos ambicionar um superavit orçamental? Percebo que intuitivamente faz sentido, mas França, Itália e Áustria, por exemplo, não o têm há 20 anos e parecem estar a desenrascar-se relativamente bem (top 30 do mundo em PIB per capita em 2015)



2- tendo em conta que há 46 anos que Portugal não regista superavit orçamental, e que na própria europa são raros tais casos, até que ponto é realista ambicionar conseguirmos esse objectivo, e em que timeframe? Será realista ambicionar, por exemplo, superavit orçamental em 2025? Porquê?



Percebo que a pergunta seria provavelmente melhor colocada durante a sessão, mas espero que consigas ajudar-me um pouco.



Um abraço,

João Coelho
Sem prezuízo de uma conversa mais longa sobre o assunto deixo aqui algumas notas que podem ajudar a clarificar as dúvidas que apresentas. A ambição do superavit prende-se com os elevados défices e dívidas que parte dos países da zona euro apresentam. Numa zona euro tão desequilibrada, o superavit é até questionável no sentido em que esse superavit podia ser convertido em investimento, mas isso levanta questões relacionadas com a integração europeia que já fogem um bocadinho do âmbito. Assim, o superavit é mais um objetivo de longo prazo, visto que a curto prazo é utópico. De uma forma mais fria, a obtenção rápida de superavit seria a forma mais célere de obter uma grande redução de dívida. Contudo, acarreta cortes na despesa que os políticos dificilmente estarão disponíveis para implementar! Relembro-te que a dívida portuguesa pública ultrapassa os 130% do PIB, quando o objetivo é manter as dívidas nacionais abaixo dos 60%! Nesse sentido, a ambição de superavit ou não, faz depender a sua razoabilidade da situação das contas públicas de cada país. Para Portugal, talvez fosse uma opção razoável para salvaguardar um futuro menos aterrador para as próximas gerações. Referes e bem o caso da itália enquanto sucesso no indicador pib per capita, mas se atentares ao valor da sua dívida pública, percebes que está também acima dos 130% e que isso está a causar problemas de crescimento. De uma forma geral, se for retirado o mecanismo de auxilio de compra de dívida pública por parte do BCE (quantitative easing, desenhada para ser temporário), os mercados privados de compra de dívida exigirão taxas de juro muito superiores, o que levará estes países a eventuais novos resgates! É realista do ponto de vista técnico a obtenção de superavit até 2025, visto termos reduzido um défice de cerca de 11% para perto de 3% em 5 anos, mas as opções políticas do Partido Socialista não vão nesse sentido.